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Distinção Douro + Sustentável – REVELAÇÃO (2021)

Distinção Douro + Sustentável – REVELAÇÃO

Estranha sensação, a que se tem quando se entra nos dois hectares de vinha que o enólogo Paulo Coutinho trata com aprumo em Celeirós do Douro, a freguesia do concelho de Sabrosa onde nasceu vai para 52 anos. O olfato aguarda o cheiro a uva, desde logo porque a vindima está a decorrer. Mas é o caril que sobe pelas narinas, para logo a seguir ser substituído pelo cheiro a fruta e, mais adiante, pelo funcho. Tudo tem um sentido: para marcar a sua visão do Douro no vinho, Paulo aposta – e aposta forte – na biodiversidade, ou, como ele prefere dizer, “na minha responsabilidade ambiental”.  O resultado vê-se na adega: o vinho que repousa na barrica está coberto por uma finíssima camada de fungos “bons” – são eles que travam a entrada dos fungos “maus”, garantindo caraterísticas distintas ao líquido que há de ser bebido. A prova, de resto, mostra que a acidez do branco caminha impecável e que o tinto já se dá ares de elegância. É este o caminho escolhido por Paulo Coutinho: experimentação de castas, técnicas de produção modernas e seleção de leveduras autóctones. É este o projeto da Paulo Coutinho Wines, distinguido pelo IVDP na categoria “Revelação”. Na verdade, Paulo leva muitos anos a dominar – e a domar – as castas. Mal terminou o curso de Enologia na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em 1993, começou a trabalhar na Quinta do Portal, onde permanece há quase 30 anos.

Mas foi só em 2006 que comprou à família a Vinha da Fonte, a que juntaria as do Borrajo e da Costeira, vindas da família da mulher (enóloga e colega de curso). Seguiram-se muito trabalho e paixão, sempre com “intervenção mínima na vinha e atenção máxima”. Exemplos: “O trator só entra na vinha se for mesmo imprescindível. A poda é feita por mim e por alguns amigos em que confio plenamente. E as equipas que apanham as uvas são sempre as mesmas”. A formação que fez em agricultura biológica, em 2012, enquanto a vinha permanecia em quarentena, ajudou-o “a ver a vinha e o vinho de outra forma”. “Digamos que passei a usar mais o sexto sentido e menos a tecnologia. Hoje faço coisas que ninguém me ensinou”, aponta o enólogo. Dessa mescla de experiência e ciência nascem 2.500 garrafas de branco, tinto e rosé (a este Paulo prefere chamar “fusion”). A primeira leva já está no mercado. A ambição do enólogo “não passa por crescer em quantidade, mas antes em qualidade”, desde logo porque o mercado reclama “cada vez mais qualidade. A sustentabilidade não pode ser o ‘gourmet’ dos tempos modernos. Ou se
é, ou não se é sustentável, e para sermos é necessário um processo contínuo e o coeso. Não basta ter o carimbo”